Vida e linguagem estão tão interligadas que não dá para compreender uma sem a outra.
Tem gente que leva a vida entre vírgulas, sempre mostrando somente partes de um todo, sempre prolongando, com um fim que não interessa a mais ninguém, como um etc.
Outros vivem entre pontos de interrogação, sempre buscando respostas, caminhos, opções. Às vezes se deparam com respostas definidas e definitivas, com um ponto final arrasador. Com sorte ficam maravilhados ao se depararem com respostas com pontos de exclamação. E ainda ficam perplexos e até inquietos quando as respostas retornam com um ponto de interrogação.
Tem gente que vive bem somente com travessões, falando sem parar, quase sem ouvir. Talvez se ouvissem um pouco, poderiam encontrar um narrador que descrevesse seus pensamentos sem travessão. Ficariam arrasados.
E os dois pontos? Devem servir bem para quem quer tudo bem explicadinho. Devem gostar também de parêntesis, colchetes e apostos.
Quando criança usamos demais os vocativos e os pronomes possessivos. Quando adultos temos que aprender a ouvir os outros e usarmos o plural, o adjetivo, o advérbio e a interjeição. E conforme o tempo passa, utilizamos mais as reticências, ora porque lembramos, ora porque esquecemos.
E agora ainda temos que aprender sinais novos como (: ): rs, para conseguirmos nos comunicar.
Realmente vida e linguagem se mesclam e até se confundem. Mas eu gostaria mesmo que a minha fosse repleta do sinal mais significativo: uma vida cheia de pontos de exclamação!
Maisa Cerqueira
Tucuruí, 26 de agosto de 2011.
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