Amiúde estava eu a matutar com os botões da minha cachola, e acordei que nossa tão faceira língua está a perder-se em modismos e gírias que funestamente lhe tiram o lustro e o esplendor. E provavelmente não há de ter nenhum petiz que se interesse. É um basbaque e um quiproquó que pululam em nossas mentes: põe acento, tira acento; põe hífen, tira hífen; simplifica ou complica. Virou um boné véio nossas regras gramaticais: tudo é relativo e depende do contexto. Relembro o tempo que mamãe sentada em seu pechichê, contava alguma história com todos os “s” e pronomes bem empregados. Todos em seus devidos lugares. Agora esses sacripantas da educação dizem que precisa respeitar o tempo de aprendizagem do aluno. O jovem aprendiz não corre atrás do processo de aprendizagem. É a escola que tem que correr atrás do aprendiz para lhe enfiar os conhecimentos na cachola. A educação está uma fuzarca. Dá vontade de pegar uma garrucha e acabar logo com essa balela. Escola tem que ensinar e aprendiz tem que aprender. E para aprender tem que praticar. Daí vai ficar supimpa. Cada um no seu devido lugar e cumprindo sua missão. Já imaginou se no meio dessa fuzarca, aparece uma sirigaita querendo dar novos nomes aos bois? Boné véio, chapéu véio! Então para resgatar nossa linguagem supimpa, mesmo não entendendo bulhufas, podemos usar mais frequentemente algumas palavras antigas. Assim elas não se perderão totalmente. E como conseguiremos? Escrevendo mais, cada vez mais! Um ósculo para todos!
Autoria : Maisa Cerqueira