Querido Filho:

Enquanto viveres nesta casa, obedecerá as regras.

Quando tiveres a tua casa, obedecerá as tuas próprias regras.

Aqui não governa a democracia, não fiz campanha eleitoral para ser sua mãe: você não votou em mim.

Somos mãe e filho pela graça de Deus, e eu aceito respeitosamente o privilégio e a responsabilidade assustadora.

Ao aceitá-la adquiro a obrigação de desempenhar o papel de mãe.

Não sou sua amiga, não sou sua motorista, não sou sua caixa automática, não sou sua mulher de limpeza... sou sua mãe

Vou zangar-me contigo, deixar-te-ei louco, serei o teu pior pesadelo e seguir-te-ei onde for.

Quando você entender isso, saberei que você é um adulto responsável.

Nunca encontrarás alguém que te ame, ore e se preocupe mais do que eu.

Não sou a tua parceira, as nossas idades são muito diferentes.

Podemos partilhar muitas coisas, mas não somos parceiros.

Sou a tua mãe e isso é cem vezes mais do que uma amiga.

Também sou tua amiga, mas estamos em níveis completamente diferentes.

Nesta casa farás o que eu disser e não deves questionar-me porque tudo o que eu ordenar será motivado pelo amor.

Vai ser difícil compreender-me até que tenhas um filho, enquanto isso confia em mim..

..te amo sua mãe 

Texto. ..Pablo Canelapontoja 

Por Favor, Façam Silêncio!

Por favor, façam silêncio!

Preciso pensar um pouco,

Viajar para dentro de mim,

Descobrir algum segredo escondido, 

E elucidar algo ainda remoído. 

Por favor, façam silêncio!

Preciso dormir um pouco,

Uma hora, uma tarde, uma noite,

Uma vida... Sei lá!

O tempo que meu corpo demandar.

Necessito de concentração,

Um pouco de calma, serenidade...

Do silencio noturno da cidade,

Para achar as palavras certas e falar, 

Pois não quero - de todo - decepcionar.

Preciso respirar um pouco, 

Controlar o meu impulso,

Tentar me reconstruir, 

Reparar as arestas,

E resgatar tudo que perdi.

Aprender tudo que não sei,

E jurava que já sabia...

Sentir o sabor do que nunca provei,

Mas que por um motivo qualquer, 

Eu sempre desprezei. 

Por favor, façam silêncio!

O mundo não é mais o mesmo,

É preciso semear novas emoções.

A primavera já não flore tanto, 

E está demais o desencanto...

Não liguem se eu chorar um pouco.

Não... Ainda nao estou louco, 

Mas quero pegar o tapete e voar,

Subir o mais alto que puder,

E descobrir os mistérios do ar.

Isso não é capricho do meu coração, 

Nem consequência de solidão, 

Quero apenas verificar

Até onde - ileso - consigo chegar,

Seguindo o que manda a paixão. 

Recordar o meu passado distante, 

Esquecer o que não é importante,

Corrigir o que de errado eu fiz,

Rever alguma poesia mal acabada,

E colocar os devidos pingos nos 'is'.

Por favor, façam silêncio...

Vou aproveitar essa brisa amena,

E sair cantarolando por aí 

Uma cantiga que fale do bem,

Numa melodia boa de refletir...

Só por um instante mais, peço silêncio,

Escutem atenciosamente a minha voz,

E que minhas palavras consigam 

Transmitir um pouco  de confiança,

Sensatez, compreensão e esperança. 

Não almejo ser o centro das atenções, 

Nem tampouco formador de opiniões, 

Apenas desejo compartilhar 

Um pouco do que a vida,

Gentilmente, confiou me ofertar. 

Na verdade, não tenho muito para falar,

Talvez seja mais prudente ficar calado, 

Muitas vezes é o silêncio que aponta 

O que de melhor deve ser enunciado, 

Por isso, termino aqui. Muito obrigado!

(Newton Flávio de Macêdo)