VIDA ADORMECIDA
Passo as noites a insoniar
com meu corpo e
minha mente
que, cansados,
levantam automáticos
autômatos e sorriem
para o dia que não vêem.
Passo as noites a sonhar
com uma parte de mim
que não sei o que é
e de quem é feita,
mas que se vai e vai,
viaja, vive, tudo faz tão descansada
que, nos despertares das manhãs seguintes
mesmo se a vida suposta real é insonhável,
de exaustidão meu corpo fica mudo
exaurida a mente nem mais pensa...
Sobram restos de uma memória vivida
talvez apenas reminiscência de fato passado
um cansaço, um fio tão fino quase se quebrando
e ainda assim desdenhando o sono.
Jacqueline Aisenman, 2009
levantam automáticos
autômatos e sorriem
para o dia que não vêem.
Passo as noites a sonhar
com uma parte de mim
que não sei o que é
e de quem é feita,
mas que se vai e vai,
viaja, vive, tudo faz tão descansada
que, nos despertares das manhãs seguintes
mesmo se a vida suposta real é insonhável,
de exaustidão meu corpo fica mudo
exaurida a mente nem mais pensa...
Sobram restos de uma memória vivida
talvez apenas reminiscência de fato passado
um cansaço, um fio tão fino quase se quebrando
e ainda assim desdenhando o sono.
Jacqueline Aisenman, 2009